segunda-feira, 21 de março de 2016

A NOITE PERFEITA



Sabe aquela noite perfeita?! Ah... Ontem eu tive uma e vou contar aqui para quem quiser ler.

Para termos uma noite perfeita, precisamos estar na companhia de alguém especial. E isso eu tive...   

Estava em casa, me sentindo um pouco angustiada, e resolvi caminhar. A noite estava muito agradável, brisa fresca, um belo luar, a água do mar transparente. Caminhei bem na beirinha da praia, com os pés na água e cantando. Pois é, ontem eu cantei pra mim... E foi tão bom! Foram várias músicas da MPB, alternando também com o mantra budista "Om Mani Padme Hum", com uma melodia que eu mesma criei. Ficou parecendo uma canção de ninar e isso me acalmou.

Por aproximadamente uma hora, caminhei e cantei, e já estava me sentindo melhor depois disso. Mas também necessitava silenciar, minha cabeça estava acelerada, repleta de pensamentos dos mais diversos. 

Naquele horário, a maré estava bem baixa. De repente, cheguei perto de uma pedra e, simplesmente, me conectei àquele lugar perfeito. Dava para ver as algas e a areia sob a água límpida. Assim, quando dei por mim, havia iniciado uma meditação em pé, com a água do mar batendo no meio das canelas. 

Rezei, semicerrei os olhos e fui mentalizando que cada onda que chegava até mim trazia boas energias, enquanto as águas que retornavam carregavam as energias ruins. Fiquei aproximadamente quinze minutos nesse estado meditativo. A água estava transparente e numa temperatura tão boa que, no final, a minha vontade era de mergulhar com roupa e tudo.

Esse momento foi bastante agradável e proveitoso, me senti bem mais leve. Contudo, ainda não havia conseguido atingir o silêncio interior. 

Então, procurei outro lugar agradável para sentar e iniciei a meditação na posição tradicional de meio lótus. Assim permaneci por uns quarenta minutos. Foi bastante custoso. Minha mente parecia não querer contribuir, a todo momento um pensamento oportunista atrapalhava minha conexão. Todavia, não desisti. Depois de um bom tempo, finalmente, consegui silenciar.

Apenas quem já meditou ao ponto de alcançar esse silêncio interior, pode ter ideia da profunda sensação de paz que brota na alma quando conseguimos atingi-lo. Todos os problemas são dissolvidos, passa existir apenas o momento presente. Contudo, um momento presente que quebra as barreiras do tempo e do espaço. Além disso, também ocorre a indescritível sensação de sentir-se conectado ao “todo” que nos envolve. 

Um momento de meditação profunda é um resgate, um contato com nosso Eu Superior.  Não é uma visão fantasiosa da realidade. É a realidade sob uma outra ótica de ver e sentir o mundo. É sentir a vida pulsante que reside em nós e geralmente nem percebemos.

Assim foi essa noite perfeita. Um precioso momento de diálogo com minha essência, num breve contato com o meu Eu Superior.

Voltei para casa leve, leve... Sentindo-me plena e em paz. 


"As palavras podem dizer muito, mas o silêncio é um saber infindo..."  

Eu amo o silêncio. 

Namastê!

Andra Valladares



sábado, 12 de março de 2016

Radicalismo x Coerência


Texto: Andra Valladares (Sê Mínima)
Imagem obtida na internet, autor desconhecido.
** todos os direitos reservados **

sexta-feira, 11 de março de 2016

NEM TUDO É MATÉRIA

FOTOGRAFIA: VINÍCIUS MARTINS FERREIRA



NEM TUDO É MATÉRIA


Ah, essa química...

Transformou minha biologia,

refutando as probabilidades matemáticas.

E me fez romper com as leis da física,

retrocedendo os ponteiros do tempo.


No enredo dessa história,

mapeando nossa geografia,

no percurso das línguas, vem...

Tecendo nova filosofia

em gestos, olhares, sorrisos,

a cada palavra e silêncio.


Ah, essa química... Alquímica...

Que transmuta areia em vento,

rocha em ouro, gelo em fogo...

Revela que nem todo o conhecimento,

é capaz de traduzir, mensurar ou explicar,

o grande enigma do amor.



Andra Valladares

** todos os direitos reservados**

quarta-feira, 9 de março de 2016

A FÊMEA QUE ME HABITA



A FÊMEA QUE ME HABITA



Talvez possa vir como a brisa...

Ou, quem sabe, um furacão?

Num dia, desabrochar flor.

Noutro, bala de canhão.



Com garras e dentes de onça,

disfarçada de gatinha.

Empodero-me mulherão,

e às vezes, basta-me a mulherzinha.



Se a Grande Mãe me habita

com útero e seios de luz.

Sua sombra insana transmuta-me

em devoradora, à contraluz.



Tão inconstante e sensível,

rimando até amor com dor.

Sou mulher, mistério indizível.

Um ser místico, mítico, incrível,

de inestimável valor.




Andra Valladares
08/03/2016


** TODOS OS DIREITOS RESERVADOS**