terça-feira, 30 de setembro de 2014

ACALANTO





ACALANTO


Queria niná-lo, menino,
cantando uma canção de amor,
daquelas que o embalaria
num sonho enternecedor.

E assim, quando cerrasse os olhos,
eu choraria, sem querer.
Com as mãos coladas no seu peito,
sentindo o coração bater...

No seu descanso, o meu encanto,
ao vê-lo dormir nos meus braços.
Com os meus carinhos, o seu sono
seria livre de cansaço...

Queria niná-lo, meu bem,
ser seu remanso, seu abrigo.
Tocar de leve os seus cabelos,
fazer você sonhar comigo.


(Andra Valladares)

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

AMOR MAIOR


Amor Maior

Reencontrei meu grande amor,
aquele amor tão sonhado!
Ao qual entrego, sem temor,
meu coração malogrado.

O amor que esqueci na infância,
mas que, enfim, resgatei.
E me faz domar a ânsia
que em outro amor projetei.

O amor que não me divide.
O amor que não me maltrata.
O amor que me quer ver livre...
O amor que me arrebata!

Ah... E ele já me prediz,
o que nenhum prometeu.
Que há de me fazer feliz!...
Esse grande amor, sou Eu!

(Andra Valladares) 

29/09/2014

domingo, 28 de setembro de 2014

O VIOLÃO






O VIOLÃO

Rompendo velhos padrões, o violão ganhou novos elementos, coloridas de fitas de seda foram inseridas entre as cordas vibrantes de nailon.  

O instrumento ganhou mais vida e beleza. Mesmo desentoando, ganhou mais leveza...

Agora já não soa um som tão puro, o melodioso som das cordas vibrantes. Passou a emitir também o
som inaudível das cores, mesmo quando em silêncio. O som que embala os olhos...

Sensivelmente, ressoa na alma, pela nova capacidade de reproduzir a tocante canção da liberdade, na dança das fitas coloridas voando ao vento.


(Andra Valladares)

sábado, 27 de setembro de 2014

SINAIS




SINAIS


De modo recorrente, a tua imagem,
enreda-me em plena luz do dia.
Ofusca-me a luz dessa miragem,
esqueço-me de que a hora é tardia.

Sinais que não se prendem em segredos,
são estes que insistes me mostrar.
Botando a baixo todos os meus medos,
mostrando novo rumo p'ra trilhar...

Contudo, ainda ouço, lá no fundo,
uma voz, quase inaudível, a me chamar,
dizendo: "Não te vás, este é o teu mundo,
é a este amor que deves te entregar."

Demoro-me pensando em voar.
Já de partida, resolvo voltar
à vil rotina dessa amarga vida.

Lá fora, a lua brilha, me chamando,
mas neste breu acabo me perdendo,
até que um dia possa te encontrar.


(Andra Valladares)

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

DIVAGAÇÃO SOBRE O TEMPO (prosa poética)




DIVAGAÇÃO SOBRE O TEMPO


O que é o tempo? O que de fato representa? 

Não sei o que mede ou o que vale. Não sei se nos mede ou se nos vale.

Quanto tempo ainda nos resta? Quem sabe? Um dia? Um mês? Um ano? Duas décadas? Dez minutos? Quem garante?

Num simplório filosofar, apenas sabemos que a Sra. Morte anda sempre à espreita...

Às vezes nos poupa, mas quando decide não há apelação. É como se o tempo não existisse.

O que é o tempo? Quem sabe? O que de fato representa? 

Existe mesmo ou é fraude? 


(Andra Valladares) 
17/09/2014

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

C´EST LA VIE...



C´EST LA VIE...


O tempo escoa, urgente.
Não retorna, não espera,
esvai-se assim, de repente.

O mundo gira, inclemente.
Sem resposta, sem aviso,
revolve a vida da gente.

Tempo, mundo, vida, tudo...
Num círculo que se fecha,

seguem a mesma trajetória
com a rapidez de uma flecha. 

(Andra Valladares)
15/09/2014


Quando era adolescente, ouvi muito a música que segue no link acima. Sempre a achei linda, o solo de acordeon é sublime.