sábado, 25 de dezembro de 2010

É NATAL...




É natal...
E a louça continua "se multiplicando" na pia da cozinha
(quem dera que o dinheiro no banco multiplicasse assim!).
As contas continuam chegando.
As crianças continuam nos sinais de trânsito.
Os acidentes nas estradas continuam ocorrendo.
As pessoas continuam morrendo natural ou tragicamente.
As notícias ruins continuam acontecendo.
Parece um dia como outro qualquer mas... É natal.
Não o reconheço pelos presentes,
pois isso também ocorre em outras datas do ano,
afinal, o comércio tem de vender, não é?!...

É natal...
Porque os olhos brilham,
e até o coração mais duro amolece...
Porque somos lembrados de alguma forma
e também porque lembramos de outras pessoas. 

É natal pois há 2010 anos nasceu uma criança,
e ela continua nascendo todos os anos,
juntamante com milhares de outras.
A diferença é que essa criança não morre,
ela renasce anualmente,
trazendo consigo a lembrança
de que não estamos sós... 
Nasceu Jesus, mensageiro da paz, esperança e amor.
É Natal!

(Andra Valladares)
25/12/2010


FELIZ NATAL PARA TODOS!  

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

MANIFESTO (ACRÓSTICO)


Meu sangue por um ideal,
Antes que tudo se perca.
Não sonho com coisas banais,
Infeliz de quem as aceita.
Faço da vida a jornada
Em busca da paz altaneira.
Sob o manto da impunidade,
Troca de tiros, marginais,
O avesso do meu cartaz.



(Andra Valladares)
18/05/2006

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

CANÇÃO (Andra Valladares / Barbosa Lima)


CANÇÃO

 

Em cada nota o suspense,
em cada acorde um suspiro.
Na melodia um caminho,
meu refúgio, meu retiro.

Eu me ergo e me desfaço
entre pausas e delírios.
Em cada nota o suspense,
encontro com o invisível.

Dissonante harmonia
faz aflorar a emoção.
Em cada acorde um suspiro,
temperando a canção.

Percorrendo as escalas
em quaisquer modos ou tons.
Na melodia um caminho,
ao incrível mundo dos sons.

No corre-corre dos dias
fico em paz com a solidão.
Meu refúgio, meu retiro,
Eu faço uma canção com meu violão...
Eu canto uma canção com meu violão...


Dissonante harmonia
faz aflorar a emoção.
Em cada acorde um suspiro,
temperando a canção, no meu violão.
Eu faço uma canção com meu violão...

(Andra Valladares / Barbosa Lima)


Meu poema "Canção" sofreu algumas alterações e se tornou letra de música. Foi a  primeira parceria musical com meu amigo, o talentoso cantor e compositor Barbosa Lima.   

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

PARA DESCREVER NOSSOS AMORES (Horacio Xavier / Andra Valladares)


FOTOGRAFIA "AMOR AO LUAR" (ANDRA VALLADARES) 




PARA DESCREVER NOSSOS AMORES
(Horacio Xavier – Andra Valladares)


Os amores de nossa vida
 São como água cristalina,
 Como flor que germina,
 Como carinho de chuva fina.

Os amores de nossa vida
 São seduções que nos enrubescem,
 Paixões que nos enlouquecem
 E os amantes que nos aquecem.

Os amores de nossa vida
 São como lua que ilumina,
 Paladar que se refina
 E a brisa em noite que termina...

Os amores de nossa vida
 São pedaços espalhados
 Do nosso coração
 Retalhado, lembrado, guardado...



MEU AMIGO HORACIO XAVIER HAVIA ME MANDADO ESSE POEMA PARA MUSICAR EM JUNHO DESTE ANO. ONTEM, NO SARAU DOMINGO POÉTICO, ELE O LEU, COBRANDO DIRETAMENTE MINHA "POSIÇÃO" NO ASSUNTO... ACHO MESMO QUE EU PRECISAVA OUVI-LO INTERPRETANDO SEU TRABALHO, POIS ISSO ME AJUDOU A TERMINAR A MÚSICA QUE EU JÁ HAVIA COMEÇADO A CRIAR LOGO APÓS TER RECEBIDO O POEMA. HOJE, FINALMENTE, NO DIA DE TODOS OS SANTOS ( E, CREIO EU, COM A AJUDA DELES... RS) ACABEI DE MUSICÁ-LO TRANSFORMANDO-O EM UMA VALSINHA. 

sábado, 30 de outubro de 2010

Armadilha (Letra de Música)




ARMADILHA
(Andra Valladares)

Dê-me um pouco de paz,
Quero calar essa dor.
Saudade não satisfaz,
Só traz amargo sabor.

Não quero falar de mim
Nem recordar de você.
Já que seu jogo é assim,
Então prefiro esquecer!

Armadilha... É ver você sorrindo.
Armadilha... Sonhar que estamos juntos.
Armadilha... Você me seduzindo.
Armadilha... Pensar que está me amando.

Então, devolva meu retrato.
Me risque de sua agenda.
Já que seu jogo é machucar,
Com você não quero trato.


 
(Essa é a letra de uma música que compus é minha "filha única" na categoria pagode)

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Rochedo


Rochedo


A retidão de caráter é como um rochedo. As ondas vem e vão, ele permanece... O vento sopra e ele continua no mesmo lugar. Molda-se de maneira sutil, adequando-se às intempéries mas continua firme em sua origem.   

(Andra Valladares)

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Haicai "Poesia nos Trilhos"



Finda a escuridão,
 vê-se a poesia nos trilhos -
céu de primavera!


(HAICAI E FOTO: ANDRA VALLADARES)

 
"POESIA NOS TRILHOS" PROJETO QUE ESTÁ SENDO ELABORADO PELA ACADEMIA DE LETRAS HUMBERTO DE CAMPOS.

FOTOGRAFIA CAPTURADA DURANTE A VIAGEM NO TREM DAS MONTANHAS CAPIXABAS  DA EMPRESA SERRA VERDE EXPRESS. AGRADEÇO AO MAQUINISTA (SR. JACI), PELA BREVE PARADA NO TÚNEL PARA QUE EU PUDESSE CAPTURAR ESSA BELA FOTOGRAFIA.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Eva


Eva

Mesmo que eu morra
e renasça mil vezes,
ainda assim, permanecerás
indelével em mim...

Sou parte de ti...
Sou a tua costela
que Deus retirou
e na qual me moldou...

Sou tua, no infinito dos tempos...
Desde quando o mundo
era livre do pecado.
Então, pecamos nós
originalmente...

Deste pecado, nasceu a dor
de não nos contentarmos
somente com o encontro de espíritos

Nasceu o desejo de nos completarmos
não só em nossa pureza de alma,
também em nossos corpos sedentos...

  (Andra Valladares)

sábado, 9 de outubro de 2010

EU TE AMO (ACRÓSTICO)




Esvai-se minha vida entre teus dedos
Um turbilhão de dúvidas me arrasta.

Traduzo em meus olhos os segredos,
Escritos mudos no livro da alma...

Amor... Amor meu, por que não entendes
Mensagens que te envio pelo vento,
O doce sentimento a te chamar?

(Andra Valladares)


segunda-feira, 4 de outubro de 2010

POESIA (ACRÓSTICO)

(L'AURORE - WILLIAM BOUGUEREAU)


Poetar é semear o tempo.
Ouvir estrelas, adejar no vento.
Estender a alma no universo,
Ser moldado em rimas, desmembrar-se em versos.
Irradiar sonhos, dispersar candura.
Amar! Mesmo que na inglória forma de loucura...

( Andra Valladares )


(*) Poema selecionado para integrar a Mostra Poética Instituto Federal/2009 - 8° Didascálico. A Seleção foi feita por seis professores de língua portuguesa do Instituto Federal de Santa Catarina, sob a coordenação da Professora Cláudia Silveira. A exposição conteve também poemas de autores convidados, alunos do I. F., e uma seleção especial de autores galegos. Referida mostra poética foi realizada nos dias 14 a 19 de setembro de 2009, no Instituto Federal de Santa Catarina, Campus de Florianópolis.
http://www.poetasadvogados.com.br/index.php?noticia=texto&id=27

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Andra, Canta! (Regina Lúcia Pinto Rangel)




Andra, canta!
Canta, Andra.
Busque nas entrelinhas do seu "EU"
A melodia do seu coração!
Na madrugada serena
Fale pra lua, diga pra ela:
Eu canto! Às vezes desafino
Mas eu canto! Canto meus sonhos!
Canto minhas mágoas!
Canto-me sempre.
As amarguras das minhas entranhas
canto, canto, canto.

Canta, Andra!
Encante os seus almejos!...
Livre-se dos seus pesadelos,
Toque no seu ritmo!
Grave todas as letras na sua'lma
E aguarde os aplausos inconfundíveis
dos seus eternos admiradores...
Os seus amigos anjos interiores!

(Regina Lúcia Pinto Rangel)





Eu e Regina


Minha amiga Regina escreveu este poema enquanto eu cantava e tocava violão no dia do meu aniversário (24/09/2010). Obrigada, Regina querida... Um poema é sempre um presente valiosíssimo por ser inquebrável, incalculável e inesquecível!   

Andra

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Despertar em Setembro


Imagem: "September" (Jeffrey Bedrick)


DESPERTAR EM SETEMBRO


Na estreia da primavera
revoa a passarada,
entoando mil quimeras
no luzir da alvorada.

O sol, se espreguiçando,
não demonstra qualquer pressa...
E a lua, já desbotando,
não quer se ausentar da festa!

No céu, estacionam as nuvens
que também vêm desfrutar
desse mágico espetáculo
do passaredo a cantar.

Voejando bem ligeiros,
perfilam-se nos beirais,
os sabiás, bem-te-vis,
canarinhos e pardais.

Celebrando a alegria
da revisita de Vênus,
flores e amores despertam
nessa manhã de setembro.


(Andra Valladares)


terça-feira, 21 de setembro de 2010

Haicais (Fim do Outono)

Termina o outono -
colorindo o dia cinza,
azuis borboletas.

(Andra Valladares)


Clima agradável,
com a paisagem opacenta,
despede-se o outono.

(Andra Valladares)

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

ROTINEIRAMENTE



ROTINEIRAMENTE



Colocou a mesa para dois,
como sempre fazia...
E jantou assistindo TV,
como sempre fazia...
Lavou apenas um prato,
como sempre fazia...
Verificou portas e janelas,
como sempre fazia...
Vestiu a camisola, soltou os cabelos,
como sempre fazia...
Rezou o terço baixinho,
como sempre fazia...
Apagou a última lâmpada,
como sempre fazia...
Deitou-se na cama fria,
como sempre, sozinha.



(Andra Valladares)

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

HAIGAS



Tarde de verão,
o velho mar murmura
segredos de espuma.

(Andra Valladares)

(FOTO E HAICAI: ANDRA VALLDARES)







À luz da lua cheia
palavras são dispensáveis.
Ah! O amor...

(Andra Valladares)

(FOTO E HAICAI: ANDRA VALLDARES)






Tarde acinzentada,
apenas nos reflexos
os barcos se movem.

(Andra Valladares)

(FOTO: JIDDU SALDANHA - HAICAI: ANDRA VALLDARES)







O HAIGA É UMA COMPOSIÇÃO ARTÍSTICA DE ORIGEM JAPONESA QUE ALIA A IMAGEM  (DESENHO, PINTURA OU FOTOGRAFIA) À POESIA.





 

sábado, 11 de setembro de 2010

11 DE SETEMBRO (COLETÂNEA DE POETRIX)





 
11 DE SETEMBRO

Nove anos depois...
As torres gêmeas
continuam ruindo.

(Andra Valladares)
 



TORRES GÊMEAS  
Onze de setembro. 
Dissipou-se a poeira, 
restou o vazio.

(Andra Valladares)  




TESTEMUNHA DA HISTÓRIA

 Setembro trágico. 
Ainda dói-me o desespero do suicidas 
no derradeiro voo.
(Andra Valladares)




ATAQUE TERRORISTA

Mísseis, para quê?
Depois da tragédia, os aviões
explodem no imaginário coletivo.

(Andra Valladares)



SÉTIMA ARTE

Nem o mais imaginativo dos diretores
seria capaz de tamanho estrago...
A vida imita a arte?!


(Andra Valladares)


sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Canção do Agreste (Andra Valladares)



Canção do Agreste


Enxada no ombro,
peso da vida...
Na minha lida,
quente é o chão.
A terra é morta,
o sol castiga.
pés descalços
sofrem na estrada.
Felicidade?!
Não tenho não...

Meus passos tecem
triste destino,
desde menino
levo essa cruz...
A seca é “braba”,
maltrata a gente,
seja clemente
meu bom Jesus!

Seja clemente
com essa gente
que no sertão
vive a lutar.
Mande a chuva
fecundar a terra,
pro meu trabalho
amenizar.


(Andra Valladares)


(*) o poema “Canção do Agreste” obteve a 1ª colocação no concurso literário “Maria Stella Novaes – 2005”, organizado pela Academia Feminina Espírito-Santense de Letras, sendo publicado no mês de dez/2005 no livro “Dança das Palavras” também organizado por referida academia.

http://www.poetas.capixabas.nom.br/Poetas/detail.asp?poeta=Andra%20Mara%20Valladares%20Sarmento

http://www.blocosonline.com.br/literatura/autor_poesia.php?id_autor=2969&flag=nacional