domingo, 30 de janeiro de 2011

ENSINAMENTOS DA NATUREZA - UMA VISÃO SOCIAL



Cada vez mais, constato como nós - os seres humanos - não somos nada sem a natureza. Ela nos dá o alimento, o equilíbrio do planeta e supre todas as nossas necessidades. Enfim, nos dá a vida. Além de todas essas dádivas vitais, observando a natureza, podemos nos inspirar, produzir arte e tirar grandes ensinamentos filosóficos. Assim surgiu a ideia de escrever esse texto.

Imagine uma semente germinando... Qual é a primeira coisa que aparece? A raiz. Depois vem um broto, o início do tronco em busca da luz do sol e apenas após esse pequenino tronco conseguir atravessar a camada de terra na qual a semente está acolhida, é que surgem as primeiras folhas.

Após essa jornada a pequena planta vai crescendo e somente depois de algum tempo podemos reconhecer o que ela é, qual é sua espécie, então ela se desenvolverá... Se for uma árvore, seu tronco irá engrossar e ela criará galhos, ramos e folhas. Quanto maior a árvore, mais consistentes deverão ser o tronco e os galhos, para que estejam aptos a sustentar os ramos, as folhas e, finalmente, depois da floração, os frutos.

Deste exemplo também podemos tirar os seguintes conceitos: as florações e os frutos são sazonais, ou seja, apesar de sua importância, eles nem sempre ocorrem. Nem por isso a árvore deixará de ser uma árvore.

Prosseguindo na mesma linha de raciocínio, as folhas são necessárias para a respiração e a fotossíntese. Contudo, para a árvore elas são importantes mas não vitais. A árvore pode ser podada, perder quase todas as suas folhas e mesmo assim continuará viva! Algumas ficam completamente nuas durante o inverno... Como elas respiram? Não sei explicar, não sou especialista em botânica, mas o importante nisso tudo é que, mesmo sem folhas elas sobrevivem e na primeira oportunidade geram novas folhas.

Pois bem, isso é o que enxergamos "de fora", pois vivemos sobre o solo e não abaixo dele. Mas aí vem a grande questão: está faltando mencionar algo sobre essa árvore imaginária. Quem a alimenta? Quem a mantém de pé? Aquilo que vimos lá no início da germinação... Sim, a raiz! Como a raiz deve estar para sustentar uma árvore já adulta e em plena capacidade de se regenerar e frutificar? Certamente desenvolvida, capaz de lhe dar o sustento e o equilíbrio, caso contrário, a árvore ressecará e não permanecerá de pé. Portanto, a raiz é a primeira coisa que evolui em uma árvore e não pode deixar de se expandir e se aprofundar, caso contrário, ou a planta morre, ou não cresce, e se ela crescer não resistirá à primeira lufada de vento...

Agora, sucintamente, tomando como base tudo o que foi dito antes, olhemos o ser humano dentro da sociedade, utilizando como parâmetro que esta sociedade em que ele está inserido é a árvore. Concluímos que o ser humano (o povo) é a semente. Essa semente ao evoluir cria usos e costumes, formas de comunicação (escrita e falada), arte, etc., ou seja: sua CULTURA (RAIZ). O conjunto de ensinamentos culturais torna-se a EDUCAÇÃO, sua base (TRONCO). Depois de culturalmente evoluído e com uma educação consistente, esse povo passa a ter consciência de sua função na sociedade e conquista a CIDADANIA (GALHOS e FOLHAS). Apenas na sociedade constituída com cidadania plena pode haver uma floração que gere o FRUTO da DEMOCRACIA.  

Em suma, da natureza podemos extrair o seguinte ensinamento:

Sem cidadania não há democracia;
sem educação não há cidadania;
sem CULTURA não há educação.
Eis a lógica social natural!


A inclusão cultural é vital para a construção de uma sociedade evoluída e para a manutenção da democracia.



Pense nisso!




(Andra Valladares)

sábado, 29 de janeiro de 2011

1º PINTA PRAINHA


Estive hoje pela manhã na premiação do "1º Pinta Prainha", concurso de pintura de observação que consistiu em criar um acervo de pinturas e desenhos em técnicas diversas do Sítio Histórico da Prainha, Vila Velha.
No dia 16 de janeiro, 30 artistas nas categorias profissional e amador, reuniram-se em pontos diversos da Prainha dentro de uma área delimitada pela organização do concurso e tiveram algumas horas para produzir seus trabalhos (salvo engano, foram 8 horas). Os trabalhos foram de uma qualidade impressionante, se tivermos em consideração que os artistas estavam sob pressão, em primeiro lugar pelo concurso e em segundo pelo tempo e, como se não bastasse isso,  também estavam sob o sol e a mercê dos ventos, que estavam realmente atrapalhando naquele dia. No dia do concurso presenciei muitos artistas segurando seus cavaletes pois o vento a todo momento os empurrava.
Então, quero parabenizar todos os participantes pela qualidade dos trabalhos e bravura no momento de produzi-los e também à idealizadora e coordenadora do concurso Joelma Consuelo Fonseca e Silva.
Importante destacar a presença  do Frei Paulão (novo Secretário Estadual de Cultura), do Vereador Babá, da Rosana Paste (Secertária de Cultura da UFES), do César Viola Maio (Presidente do SINDIAPPES - Sindicato dos Artistas Plásticos Profissionais do ES) e também dos membros do Conselho Municipal de Cultura de Vila Velha que além de mim (Conselheira Municipal do segmento Literatura), ainda contou com a presença de Barbosa Lima (Vice Presidente do C.M. de Cultura e  Conselheiro Municipal do Segmento Música), Celso Adolfo (Conselheiro Municipal do segmento Artes Plásticas), além de Horacio Xavier (poeta e ex-Vice Presidente do Conselho Municipal de Cultura), que prestigiaram o evento.
É  de se lamentar a ausência do Prefeito ou representante da Prefeitura Municipal e também do Secretário Municipal de Cultura que, com tal descaso, mais uma vez comprovam que a cultura em Vila Velha está jogada às traças e carente de uma gestão séria que valorize o artista local. 
Mais um detalhe sobre o descaso com a cultura local: a SECULT divulgou a premiação em seu site e a Prefeitura Municipal de Vila Velha sequer publicou uma nota em seu site sobre este importante evento cultural local.


LISTA DOS ARTISTAS PREMIADOS:


CATEGORIA PROFISSIONAL:

1º LUGAR: Clóvis Aquino (obra: Convento da Penha)
2º LUGAR: Júlio Braga (obra: Prainha e Cachorrinhas)
3º LUGAR: Catarina Zambe (obra: Casa da Memória)

MENÇÕES HONROSAS:

Lucy Aguirre (obra: Sítio Histórico Igreja do Rosário)
Lisa Tancredi (obra: Praça Almirante Tamandaré)


CATEGORIA AMADOR:

1º LUGAR: Anízio Netto (obra: Vila das Cores)
2º LUGAR: Miguel Arcahjo (obra: Sob os Olhares da Marinha)
3º LUGAR: Lucimar Brandolin Teodoro (obra: Entrada Velha do Convento da Penha)

MENÇÃO HONROSA:

Thiago Duarte (obra: 2ª Quinzena de Verão)



DESTACO AINDA:

Categoria Profissional:
"Lateral da Igreja do Rosário" - um belo trabalho de grafite de autoria de Renato Filho

Categoria Amador:
"Marina com Vista para a 3ª Ponte" - óleo sobre tela de Renata Nobre

(Na minha opinião as duas obras acima mereciam, pelo menos, terem sido agraciadas com menção honrosa)

sábado, 22 de janeiro de 2011

TRÊS APITOS (Noel Rosa)





TRÊS APITOS
(Noel Rosa)


Quando o apito da fábrica de tecidos
vem ferir os meus ouvidos,
eu me lembro de você.
Mas você anda,
sem dúvida, bem zangada
ou está interessada
em fingir que não me vê...
Você que atende ao apito
de uma chaminé de barro,
por que não atende ao grito,
tão aflito, da buzina do meu carro?
Você no inverno,
sem meias vai pro trabalho,
não faz fé em agasalho,
nem no frio você crê...
Você é mesmo artigo que não se imita,
quando a fábrica apita
faz reclame de você.
Nos meus olhos você lê
como sofro cruelmente,
com ciúmes do gerente impertinente
que dá ordens a você.
Sou do sereno, poeta muito soturno,
vou virar guarda-noturno
e você sabe porque...
Mas você não sabe
que enquanto você faz pano,
faço junto do piano
estes versos pra você...

GRAVEI ESTA MÚSICA DO NOEL ROSA E ELA ESTÁ DISPONÍVEL PARA SER OUVIDA EM UM VIDEO QUE FIZ E POSTEI NO YOUTUBE COM ALGUMAS FOTOS TIRADAS DA GRAVAÇÃO DO MEU CD:



quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

PARA DESCREVER NOSSOS AMORES (VIDEO NO YOUTUBE)

PARA DESCREVER NOSSOS AMORES
(Horacio Xavier – Andra Valladares)


Os amores de nossa vida
 São como água cristalina,
 Como flor que germina,
 Como carinho de chuva fina.

Os amores de nossa vida
 São seduções que nos enrubescem,
 Paixões que nos enlouquecem
 E os amantes que nos aquecem.

Os amores de nossa vida
 São como lua que ilumina,
 Paladar que se refina
 E a brisa em noite que termina...

Os amores de nossa vida
 São pedaços espalhados
 Do nosso coração
 Retalhado, lembrado, guardado...


segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

BREJEIRO (letra de música)



BREJEIRO
(Andra Valladares)

Tantas promessas você me fez com seu olhar.
Catei meus sonhos, joguei ao vento pra te dar
mas nem a ilusão da promessa restou,
deste olhar que meu peito abrasou
com a marca cruel da paixão que ficou...

Você me rende com esse sorriso sedutor.
Brinca, se esconde, e foge assim do meu calor...
Mas vem! Mil novenas eu tenho cumprido,
Santo Antônio e Santo Expedito
já pediram as contas no céu, que papel!

Eu bem que te dei motivos pra você olhar e gostar de mim,
fiz dieta o ano inteiro, pintei o cabelo e a boca em tom de carmim.
Eu bem que ouvi estrelas nos versos de amor que Bilac fez,
olhando pro céu à noitinha pedi a uma estrela cadente: você!

Eu bem que te dei motivos pra você olhar e gostar de mim
Fiz dieta o ano inteiro, pintei o cabelo e a boca em tom de carmim...
Eu já fiz de tudo mesmo pra você acordar e me amar, enfim.
Um dia te prendo em meu laço, num abraço e te faço todinho pra mim!


(Escrevi esta letra para o choro  BREJEIRO de Ernesto Nazareh. A intenção da letra é ser divertida, engraçada, pois foi o que senti ao ouvir a música).



ESCUTE A MÚSICA "BREJEIRO" INTERPERTADA PELO PIANISTA FABRICIO "VINHETEIRO" NO YOU TUBE:

http://www.youtube.com/watch?v=2tpQFPc1yow&feature=related


domingo, 9 de janeiro de 2011

PARA TODO O SEMPRE


PARA TODO O SEMPRE...


Procuro-te no horizonte,
no sol que se esconde atrás dos montes.
Na fresca brisa matinal,
nas roupas a secar no varal...

Na pipa que leve voa,
em meu filho, rindo à toa...
Nos faróis dos carros que passam,
no pranto que os olhos embaçam.

Procuro-te no mar imenso
e em estrelas no firmamento.
Nas tardes de domingo de sol,
na isca presa ao anzol.

Nos momentos de carinho,
no cantar dos passarinhos.
Na simplicidade de cada instante
e nos eventos mais importantes.

Enfim, te encontro em mim,
na força à qual me imponho,
minhas dúvidas, meus sonhos...
Meu sorriso em desalinho,
na saudade, no vazio...


(Andra Valladares)

(*) ao meu pai, in memorian

Este poema foi musicado por meu amigo e parceiro musical Barbosa Lima em novembro/2010.