quinta-feira, 26 de novembro de 2015

A morte do Rio Doce


(foto: Marcello Lourenço)




Se o olhar é o espelho da alma
e nele pode-se enxergar a dor,
a tristeza, o desespero.
Mirem bem no nosso olhar...
Nosso puro olhar de seres aquáticos,
criados pelo mesmo Deus que fez vocês.
Quão mal a ambição dos homens nos fez.



Andra Valladares




terça-feira, 24 de novembro de 2015

Quanto VALE?



Foz do Rio Doce em Regência, Linhares/ES. A imagem superior mostra o estado anterior ao rompimento da barragem da Samarco e a inferior a calamidade atual.

Texto: Andra Valladares
Imagem disponibilizada no Facebook por Capixaba da Gema.

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

VAGAMENTE...




VAGAMENTE...




Poema é forma, instrumento.
Poesia é essência, movimento.
Poema é a escrita, poesia é inspiração.
Poema é partitura, poesia é canção.

Poema é corpo, poesia é alma.
Poema é frenesi, poesia é calma.
Poema é divã, poesia é lamento.
Poema é a areia, poesia é o vento.

Poema é palavra, ação.
Poesia é silêncio, meditação.
Poema são as ondas, poesia é a maré.
Poema são as crenças, poesia é a fé.

Poema é a presença, poesia é conexão.
Poema é parceria, poesia é união.
Poema é o trabalho, poesia é o sonho.
Poema são as asas, poesia é o voo.

Poema é a tela, poesia é a cor.
Poema é o sexo, poesia é o amor.



domingo, 12 de julho de 2015

Poeminha de domingo


POEMINHA DE DOMINGO

É domingo, o dia está lindo!
Céu azul, brisa soprando.
Cheiro de café invadindo...
O sino da igreja tocando
e um coral de passarinhos.

Do outro lado da cortina,
já despertou a poesia...
Xô preguiça!
A manhã não espera.
Vai seguindo... vai seguindo...

(Andra Valladares)
12/07/2015



sábado, 6 de junho de 2015

MENSAGEM NA AREIA



MENSAGEM NA AREIA


Ontem caminhei pela praia, debaixo de uma chuva fina. A cada passo que dava, meus pés afundavam na areia. E a parte que havia sido molhada pela chuva dava lugar à areia seca que havia embaixo. A cada novo passo apareciam pegadas de areia seca, apesar de todo entorno formar uma vastidão de areia molhada.  

Após um tempo caminhando, sentei-me. A areia continuou atraindo minha atenção. Então, segurei um punhado de areia úmida na mão esquerda e outro punhado de areia seca na direita. Estiquei os braços, direcionando as mãos à minha frente. Observei-as atentamente por alguns segundos e as inclinei, no mesmo ângulo.

A areia seca começou a se dispersar, enquanto a úmida mantinha-se firme. Inclinei um pouco mais as mãos, e o restante de areia seca rapidamente foi-se; enquanto o punhado que havia na outra mão continuava inerte. Aumentei a inclinação um pouco mais e a areia úmida desprendeu-se minimamente, permanecendo a maior parte. Somente quando virei a mão, num ângulo próximo de 90 graus em relação ao chão, ela esvaziou-se pela força da gravidade.

A areia estava úmida, não encharcada e compacta. Era apenas uma fina camada sobre a areia seca. Ainda assim, tinha uma resistência incrível de não desfazer-se.

Daí, tive esse insight, da “mensagem na areia”, nessa ilustração natural sobre as relações humanas. Da mesma forma como a areia, as relações perduram quando encharcadas de Amor. Elas não se dispersam com facilidade nesse estado. O amor dá “liga”, traz união, cria vínculos, opera milagres...

Enquanto que, sem amor, as relações tornam-se secas, dispersas, impessoais, soltas... Qualquer mínimo acontecimento ou afastamento é suficiente para que se desfaçam para sempre, sem nenhuma recordação marcante.

E o mais belo de tudo isso é que - com apenas um momento de amor incondicional, um ato de puro afeto - podemos ficar guardados, para sempre, na memória de alguém. O amor é imortal!

“Um ato de puro afeto, é verso
que reverbera poesia
no universo."


Andra Valladares


06/06/2015

quinta-feira, 4 de junho de 2015

ESSENCIAL




Tarde de domingo, na companhia de uma amiga. 

Um capuccino, servido numa xícara qualquer,

numa padaria qualquer... 



Que nos falte uma bela xícara e um local aconchegante.

Mas nunca nos finde a confiança

 na troca de sinceras 

PALAVRAS.



Andra Valladares

terça-feira, 19 de maio de 2015

NO CORRER DOS DIAS


NO CORRER DOS DIAS

Alguns dias se anunciam
como dons de alegria.
Outros já nascem cinzentos,
com lamentos, sem magia.

Alguns dias são de luta,
outros são só de descanso.
Alguns dias são de glória,
outros de paz e remanso.

Sinto-os inteiros na alma,
bons ou ruins, não rejeito.
Pois se uns me trazem a calma,
e outros me rasgam o peito,

não importa se me esfolo
ou se curo-me das dores.
Uns dias são só de espinhos,
outros repletos de flores.

(Quem não conheceu espinhos,
 nunca rendeu-se às flores.) 

Andra Valladares
19/05/2015





domingo, 17 de maio de 2015

terça-feira, 24 de março de 2015

SOPRO





O tempo traz o assombro
e a canção da despedida.
Nas brumas da maresia,
a lágrima é quase doce,
mas não menos dolorida.

Vão-se o tempo e o vento,
escrevendo em parceria,
notas insanas e efêmeras
na melodia da vida.


Andra Valladares

sábado, 21 de março de 2015

MEDITAÇÃO



MEDITAÇÃO


No silêncio não há julgamento.
Não há arrependimento.
Não há agressão.
Não há mentira.
Não há tolice.
Não há erro.

No silêncio, a plenitude.
O autoconhecimento.
O autocontrole.
A consciência.
A cura.
A paz.

Calo-me.



(Andra Valladares)

quinta-feira, 12 de março de 2015

VAGALUME





"Sê Mínima" é uma página que criei no facebook para divulgar meus textos e poemas minimalistas. 

segunda-feira, 9 de março de 2015

QUASE DEI ADEUS À VIDA...




24 de setembro de 1971, 15h40min.  
Governador Valadares/MG, 
Risquei o céu e caí na terra.


Quase dei adeus à vida no primeiro mês, numa tarde chuvosa. O carro no qual viajava com meus pais e outros parentes rodou na pista e capotou, à beira de um abismo e ao lado de uma enorme pedra.  Com seis adultos no carro, todos sem cinto de segurança; eu, recém-nascida, escapei ilesa por algum milagre. Poderia ter morrido esmagada, com todas aquelas pessoas emboladas dentro do carro. Mas não. Não era minha hora. Uma Mão, vinda do céu, me acolheu num lugar seguro, poupando-me a vida pela primeira vez.

Quase dei adeus à vida aos 7 anos. Numa tarde risonha, em que brincava na rua de pique-esconde com os amigos. Tentei subir em uma árvore, escorreguei de aproximadamente 2 metros de altura. Caí de cabeça na calçada. Desacordada, fui socorrida pelas vizinhas. Na queda, poderia ter quebrado o pescoço ou sofrido um traumatismo craniano. Mas não. Novamente, a Mão lá do céu, de alguma forma, amparou minha queda e escapei ilesa pela segunda vez.

Quase dei adeus à vida aos 17 anos. Numa manhã cinzenta, quando saia para a escola. Eu e o meu irmão mais novo, na calçada, com nossas bicicletas, esperávamos meu irmão do meio. Então, um fusca, dirigido por um vizinho adolescente, virou a esquina rapidamente. A roda bateu em um buraco, e com o impacto, o "motorista" foi arremessado pra trás e soltou o volante. O veículo desgovernado, na diagonal, veio exatamente na nossa direção. Foi crescendo, crescendo, crescendo... Ali, eu vi a cara da morte. Mas, um metro e meio antes de nos atingir, havia um meio fio. A roda dianteira direita bateu nele e fez com que a direção mudasse para o lado oposto. Eu poderia ter sido esmagada contra o muro, juntamente com meu irmão. Mas não. Aquela Mão do céu, aproveitou o meio fio e deu um "empurrãozinho" naquela roda, eu sei. Escapei ilesa pela terceira vez.

Quase dei adeus à vida aos 29 anos. Numa manhã cotidiana, em que chegava ao meu escritório. Estava na frente do prédio em que trabalhava quando ouvi um grito. Parei e logo em seguida, dei um passo à frente. O suficiente para um tesoura enorme de cortar grama, que havia escapulido das mãos de um homem, do quarto andar do prédio; cair bem atrás de mim, a dois palmos de distância. Poderia ter sofrido uma morte ridícula com uma tesoura de cortar grama rachando minha cabeça. Mas não. De alguma forma, aquela mesma Mão do céu me empurrou para dar aquele passo decisivo. E escapei ilesa pela quarta vez.

Sem contar outras situações em que a "Sra. Morte" andou me rondando e sem que me dessa conta, agradeço a Deus por operar esses e outros milagres na minha vida. Por me poupar e permitir que continue minha jornada e aprendizado neste planeta.

Especialmente, agradeço por ter me dado a oportunidade e honra de me tornar mãe de um anjo chamado Gabriel, que me fez compreender o mais sublime significado da palavra amor.


? de ? de?, às ?h?min
em ?.
Abrirei novamente as asas para o infinito. 


  

(Andra Valladares)




sábado, 7 de março de 2015

MENSAGEM NA GARRAFA






A você, que encontrou essa mensagem,

Saiba que morri.
Não tenha dúvida.
Eu estava segurando essa garrafa,
se a soltei, não estou mais aqui.

Por que morri? Quer saber?
Porque a vida é uma piada!
Tosca, sem sentido, 
mórbida, de mau gosto...
Às vezes, até engraçada.
Pouco importa o tipo.
Detesto piadas!

Prefiro, com o olhar desperto,
contemplar estrelas.
Quero vê-las de perto.



Andra Valladares
07/03/2015

(texto escrito para um exercício de criação da Oficina Literária "Soltando a Língua" ministrada pelo escritor Marcelino Freire, no Centro Cultural Sesc Glória) 

quinta-feira, 5 de março de 2015

Reflexões sobre Marilyn Monroe


Indiscutivelmente, um ícone da beleza e sensualidade feminina. O maior símbolo sexual criado por Hollywood. E o mais importante, é ressaltar que isso não é garantia de felicidade.

Linda, sensual, famosa, rica... Sofria de depressão e tomava remédios controlados. Tentou suicídio quatro vezes, antes de morrer.

Aos 36 anos de idade, na noite de 04/08/62, com uma overdose de medicamentos para dormir, finalmente "conseguiu" cometer suicídio (será?). 

Ela tornou-se uma ameaça ao clã dos Kennedy. Dizem até, que uma ameaça à segurança nacional dos EUA. Se isso é ficção ou realidade, nunca será revelado. O triste fim da história de Marilyn não tem um ponto final, e sim, vários pontos de interrogação.

Apesar das "aparências" era extremamente frágil, insegura, sentia-se explorada e ameaçada. Mesmo com toda beleza, fama e dinheiro, sucumbiu... 

Pois apesar de tanto TER, não conseguiu o que é mais importante na vida: SER... 



terça-feira, 3 de março de 2015

O OLHAR POSITIVO




A vida é uma piada! Às vezes engraçada, leve, hilária, noutras sem graça, ridícula, de mau gosto, mórbida... 

Mas tudo bem, não tem jeito. Devemos tocar o barco para frente, e é mais fácil quando encaramos essa nossa breve viagem pela vida com positividade. 

Se é para derramar lágrimas, melhor chorar de rir!

O tamanho do problema é sempre diretamente proporcional à forma com a qual o encaramos. Portanto, se há solução, ótimo. Se não há, solucionado está! 

Muitas das vezes preferimos ficar ruminando as coisas ruins e amargas da vida, deixando as coisas boas e doces de lado. Não nos permitimos curtir o que há de melhor. Como se a felicidade fosse algo impossível ou proibido.

Vamos nos permitir! Só é feliz quem quer...
  

Todas as manhãs, antes mesmo de levantar da cama, concentremo-nos por um minuto, fazendo um pacto intimo: "Só por hoje, não vou me estressar... Serei feliz!"


(Andra Valladares)



Os três macaquinhos e nossa releitura, rs, "não deixo, não quero, não devo".


Encontrei dois amigos queridos que possuem uma energia muito parecida com a minha. Esse encontro é sempre muito leve e tem "100% de garantia" de muitas palhaçadas, maluquices, bobeiras e incontáveis gargalhadas. Benditos sejam vocês, Juliana Venturini e Allan Maykson, que fazem com que eu  esqueça os meus 40 e poucos anos e volte a me sentir com 15 novamente... Porque, assim como vocês, prefiro que a vida seja uma piada engraçada!


sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

CYBERMUNDO (miniconto)




C Y B E R M U N D O


Num mundo estranho, as pessoas praticamente não se falavam mais. Ouvir o som da voz de alguém era algo raro, apenas para quem fosse muito íntimo. 

Não fazia mais diferença ouvir ou falar, já que a comunicação geralmente ocorria por conhecidos códigos emitidos por avançados e curiosos aparelhos.  Tais apetrechos, portáteis ou não,  eram quase uma parte do corpo desses seres estranhos. Alguns sequer conseguiam fazer suas necessidades fisiológicas sem utilizá-los de alguma forma.

Como era um facilitador de conquistas amorosas, os aparelhos faziam um enorme sucesso! Através de alguns grupos formados para otimizar a utilização dos mesmos, era possível o acesso a uma infinidade de outros seres da mesma espécie, para amizade ou "algo mais". Pois, até contato sexual era possível fazer com tais aparelhos.

Por conta disso, tais seres, que antes possuíam uma existência real, tornaram-se “cyberseres”... Plugados, conectados, descorados, descompensados, despersonalizados, automatizados e altamente desumanizados.

“- Alô! Quem fala?
- Sou eu, querida. Como está você? Tudo bem?”

(Esse som ficou vagando no espaço através de ondas sonoras que já não eram mais usadas pelos seres do Cybermundo, mesmo sendo possível fazê-lo, também, através dos aparelhos individuais de emissão e captação de som a curta, média ou longa distância).



Andra Valladares


quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

SINESTESIA ZEN

(FOTO: CHAPADA DOS GUIMARÃES - IMAGEM OBTIDA NA INTERNET - AUTOR DESCONHECIDO)


SINESTESIA ZEN


Ouça... o som da terra.
Sinta... a textura do vento.
Veja... as cores da água.
Prove... o doce do verde.
Inspire... o cheiro da luz.

Deguste... o sabor da vida.
Acaricie... a maciez do céu.
Observe... as formas da alegria.
Escute... a canção do tempo.
Encha os pulmões de paz.

Transmute o negativo. 
Sente-se. Feche os olhos.
Silencie. Relaxe.
Medite... Energize-se!

(Andra Valladares)
11/02/2015





terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

FÊNIX



FÊNIX


Risquei o céu, caí na terra e
nasci para o mundo... 


 Muitas vezes 
morri e renasci.
Morri bebê,
nasci criança.
Morri criança,
nasci moça.
Morri moça,
nasci mulher.
Morri mulher,
nasci mãe...

... e deste deste renascer
minha imortalidade presumida
numa nova Fênix.


(Andra Valladares)
09/02/2015





domingo, 8 de fevereiro de 2015

GESTALT (poetrix)




FECHANDO GESTALT

Neste mundo atual,
quanto mais louco,
mais normal.

(Andra Valladares)


ABRINDO GESTALT

Neste mundo louco,
quanto mais normal,
mais oco.


(Juliana Venturini)

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

GAIA






GAIA




...do caos se fez o fogo, a luz...

...do fogo se fez a Terra...
...da Terra se fez o ar...
...do ar se fez a água...
...da água se fez a vida...
... da vida se fez o verde...

... do verde se fez mais ar...
... do verde se fez mais água ...
... do verde se fez mais vida...

... da vida, se fez mais luz!...

(... e retornamos ao caos...)


(Andra Valladares)
05/02/2015

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

S.O.S. PLANETA





S.O.S. PLANETA



Desmatamento, 
empreendimento
do sedento
pelo enriquecimento.
Procedimento
que em seu avançamento,
causa o abafamento,
o global-aquecimento.
Faz cinzento, o firmamento.
E pestilento, o vento.



Sem umidade - o tormento.
Se havia água - ressecamento...
Findou a festa, o "encantamento".
Acorda povo! Racionamento...
E logo vem o acompanhamento.
É seca, é fome. Desabastecimento!
É inflação e aumento... 
Acorda povo! Esgotamento! 




No momento, ainda há tempo
para o arrependimento.
Comedimento do arruinamento,  
financiamento do reflorestamento.
Atos conscientes de salvamento...
Fique atento!!!
Quem tem sentimento
não deixa um mundo lazarento
ao seu rebento.


(Andra Valladares - jan/2004)
(Com nova redação em 02/02/2015)


  NÃO É PRECISO SER NENHUM NOSTRADAMUS PARA FAZER ESSA PREVISÕES... 


AGORA, ESTAMOS COMEÇANDO A SENTIR NA PELE OS EFEITOS DO DESMATAMENTO DESMEDIDO E DA POLUIÇÃO DO AR QUE CAUSAM O EFEITO ESTUFA. E POR AÍ ESTÃO CORRENDO ALGUMAS NOTÍCIAS... 


FALTA D´ÁGUA AMEAÇA A SEGURANÇA ALIMENTAR NO BRASIL:



SECA TRANSFORMA ÁREA DE PANTANAL EM DESERTO NO MARANHÃO

http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2015/01/seca-transforma-area-de-pantanal-em-deserto-no-maranhao.html

ESTIAGEM MAIS SEVERA DOS ÚLTIMOS 100 ANOS SECA O RIO SÃO FRANCISCO:
http://g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2014/11/estiagem-mais-severa-dos-ultimos-100-anos-seca-o-rio-sao-francisco.html