domingo, 28 de abril de 2013

Serenata (Tema de Estácio)




Serenata (Tema de Estácio) 


Helena, tu me apareces, 
tão de repente,
envolta num véu proibido 
de sedução.

E assim, como aliada, 
vens, mansamente,
afastando o torpor 
do meu coração. 

Tu tens algum segredo
gravado no olhar,
tua aura de mistério
encanta!

Helena, mãos prestimosas,
coração cálido,
tens o imenso esplendor
das constelações de estrelas.

Mesmo que não queira,
não há como evitar...
Pra sempre, Helena, vou te amar!


(Andra Valladares)
27/04/2013


(Canção para Helena da obra de Machado de Assis)

PARA ASSISTIR O VIDEO DA MÚSICA NO YOUTUBE, CLIQUE AQUI.

domingo, 14 de abril de 2013

Haicai de outono (sanhaço)




Passeando com meu cão hoje pela manhã observei uma cena que me inspirou esse haicai:


"Festa dos sanhaços,
no mamoeiro do quintal -
os frutos maduros".

Andra Valladares
14/04/2013

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Tarde de outono




Homenagem ao meu pai, que neste dia 11 de abril, estaria completando 65 anos. 
Muitas saudades!

Poesia, poesia e mais poesia...

O mês de março de 2013 foi muito especial para mim, tendo em vista que participei de um evento muito importante e outros encontros poéticos bastante significativos.


O primeiro deles foi minha posse na Academia Feminina Espírito-santense de Letras (AFESL), como membro correspondente representando a cidade de Vila Velha, a cerimônia foi realizada no dia 12/03/2013, no Auditório da Rede Gazeta, Vitória/ES.


 Eu e minha fada-madrinha Valsema Rodrigues

Acadêmicas da AFESL 



No dia 26 de março de 2013 ocorreram dois momentos poéticos muito importantes. O primeiro foi logo no início da tarde no Colégio Marista com alunos do 1º ano do Ensino Fundamental, que escolheram o nome da turma de TURMA DA POESIA. 

O Colégio Marista publicou em seu site uma matéria sobre meu encontro com a Turma da Poesia.
 http://marista.edu.br/nspenha/2013/04/04/turma-da-poesia-recebe-andra-valladares/


TURMA DA POESIA




Também no dia 26, a partir das 19 horas, juntamente com meus queridos amigos Horacio Xavier e Valsema Rodrigues tive a honra de fazer a abertura do TERÇA CULTURAL, projeto cultural organizado pela Secretaria de Cultura de Vila Velha em parceria com o Shopping Praia da Costa, que contou com a participação de poetas, grupo de teatro e terminou com uma apresentação musical.



 
Valsema Rodrigues, eu e Horacio Xavier



 

Torço para que projetos como esse se proliferem por nossa cidade, para que todo canela-verde possa conhecer um pouco do talento de artistas e escritores de sua cidade, uma vez que não há como valorizar algo que não se conhece. Agradeço mais uma vez à Secretaria de Cultura de Vila Velha pelo convite e também ao Shopping Praia da Costa pela realização do evento.




Andra Valladares, José Roberto Santos Neves, Valsema Rodrigues, Horacio Xavier, Lia Noronha








terça-feira, 9 de abril de 2013

AMPULHETA (poetrix)





Para quem quiser entender um pouco mais sobre o poetrix, segue uma breve explicação:

POETRIX

Em linhas gerais trata-se de um poema composto de título e apenas uma estrofe com três versos, que devem possuir no máximo trinta sílabas métricas.

Por ser um poema minimalista, o foco do poetrix é a concisão, ou seja, é desejável que mensagem seja passada com o mínimo possível de palavras e sílabas. 

Não existe obrigatoriedade de rimas nem métrica fixa em cada verso, contudo, é desejável o ritmo e a exploração da sonoridade das palavras. 

O poetrix foi inspirado no haicai, contudo, é muito mais abrangente, posto que pode versar sobre qualquer tema, enquanto o haicai é voltado para tema ligado à natureza e estações do ano.  

POEMAS DE MANUEL BANDEIRA




VELHA CHÁCARA

A casa era por aqui... 
Onde? Procuro-a e não acho. 
Ouço uma voz que esqueci: 
É a voz deste mesmo riacho. 

Ah quanto tempo passou! 
(Foram mais de cinqüenta anos.) 
Tantos que a morte levou! 
(E a vida... nos desenganos...) 

A usura fez tábua rasa 
Da velha chácara triste: 
Não existe mais a casa... 

- Mas o menino ainda existe. 



SONETO INGLÊS Nº1 

Quando a morte cerrar meus olhos duros 
- Duros de tantos vãos padecimentos, 
Que pensarão teus peitos imaturos 
Da minha dor de todos os momentos? 

Vejo-te agora alheia, e tão distante: 
Mais que distante - isenta. E bem prevejo, 
Desde já bem prevejo o exato instante 
Em que de outro será não teu desejo, 

Que o não terás, porém teu abandono, 
Tua nudez! Um dia hei de ir embora 
Adormecer no derradeiro sono. 
Um dia chorarás... Que importa? Chora. 

Então eu sentirei muito mais perto 
De mim feliz, teu coração incerto.



O RIO

Ser como o rio que deflui
Silencioso dentro da noite.
Não temer as trevas da noite.
Se há estrelas nos céus, refleti-las.
E se os céus se pejam de nuvens,
Como o rio as nuvens são água,
Refleti-las também sem mágoa
Nas profundidades tranquilas.



O IMPOSSÍVEL CARINHO

Escuta, eu não quero contar-te o meu desejo
Quero apenas contar-te a minha ternura
Ah se em troca de tanta felicidade que me dás
Eu te pudesse repor
- Eu soubesse repor -
No coração despedaçado
As mais puras alegrias de tua infância!





VERSOS ESCRITOS N'ÁGUA

Os poucos versos que aí vão,
Em lugar de outros é que os ponho.
Tu que me lês, deixo ao teu sonho
Imaginar como serão.

Neles porás tua tristeza
Ou bem teu júbilo, e, talvez,
Lhes acharás, tu que me lês,
Alguma sombra de beleza…

Quem os ouviu não os amou.
Meus pobres versos comovidos!
Por isso fiquem esquecidos
Onde o mau vento os atirou.





domingo, 7 de abril de 2013

ME PERDOEM OS PURISTAS...





"- Não quero mais saber do lirismo que não é libertação."
( Manuel Bandeira)


Das letras quero a beleza
que venha como vier...
Em cada verso, a leveza
enaltecer, se puder.


Troco pronomes de lugar,
não me prendo a rimas raras;
se posso falar de luar,
amor, saudade, esperança,
coisas tão simples - mas caras,
pra quem gosta de sonhar!


Retiro o peso dos versos,
dispenso todas as firulas.
Quero extrair a doçura,
brincar com ritmos, sons
e mergulhar na profundidade
dos significados.


Usarei todas as licenças poéticas.
Ao engessamento digo:  Não!
Desejo voar sem destino,
deixar que os ventos me levem
ao sabor da inspiração...


Cultivarei palavras como flores
para que venham as borboletas,
abelhas, formigas, lagartas...
Todas as formas de vida
em profusão, festejando 
a poesia em cores...


Não troco beijo por ósculo,
nem abraço por amplexo.
Os meus versos não maculo
fazendo rimas sem nexo...



Andra Valladares

07-04-2013




sexta-feira, 5 de abril de 2013

Areias do Tempo




Areias do Tempo


Memórias, muitas memórias,
guardo comigo, em segredo.
Algumas tecem histórias,
outras desfiam o medo.

Se travo lutas inglórias,
ou me transmuto em rochedo...
Memórias, muitas memórias,
guardo comigo, em segredo.

Vai-se o tempo entre as auroras,
feito areia entre os dedos.
Se há derrotas ou vitórias,
compõem o mesmo enredo...
Memórias, muitas memórias!


(Andra Valladares)
04/04/2013