segunda-feira, 27 de outubro de 2014

LIBERDADE (acróstico)



Liberto-me das dores, dissabores e temores.
Invariavelmente amando, sem comandos ou desmandos. 
Brincando feito menina, cristalina, minha sina. 
E vivendo sem receios, devaneios, meus anseios.
Recordando minhas histórias, sendo inglórias ou vitórias. 
Dando o que me é mais belo, meus mistérios, meus castelos.
A quem queira receber, se envolver, merecer...
Deus! Me guie aos labirintos dos instintos mais bonitos...
Em meu peito semeando sentimentos, repletos de afetos!


(Andra Valladares)
27/10/2014

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

CANÇÃO DO AMOR SEM RUMO




CANÇÃO DO AMOR SEM RUMO


Nada que te diga fará com que entendas,
esse sentimento que invadiu meu peito.
Que ora me acalenta, ora me aflige
e me torna instável desse jeito.

Se me aproximo, tu te afastas.
Se me afasto, logo, tu te achegas.
O que devo fazer? Ficar parada?
Será que é isso mesmo que desejas?

Uma coisa é certa, eu bem sei,
que o tempo urge contra nós.
Temos mais passado que futuro
e se tu não ouvires minha voz,
hás de me ver acenando adeus...

Baby, meu desejo não é esse!
E assim, não temo, confessar:
Eu queria mesmo, desnudar-me
de corpo, alma e mergulhar... 
Nesse verde mar do seu olhar.


( Mas se essa canção não te agradar.
Se nenhum suspiro do teu peito arrancar.
Paciência, baby... Sinto te dizer: 
Que tu gostas mesmo é de sofrer! )


(Andra Valladares)
23/10/2014


quinta-feira, 9 de outubro de 2014

EU E O VENTO





Eu e o Vento

Então, sopra o vento,
me  arrasta, me inspira.
Desdobra-me a vida,
do avesso me vira.

Entra em parafuso,
minh’alma permeia.
Desmancha as juras
deixadas na areia...

No sopro do vento,
vagueia um alento.
Minha voz ecoa,
desafia o tempo...

Na trama intangível,
bordo sentimentos.
Pois, ora me invento,
ora, desinvento...


(Andra Valladares)
09/10/2014

sábado, 4 de outubro de 2014

A PRIMEIRA FLOR DA PRIMAVERA






A PRIMEIRA FLOR DA PRIMAVERA



Ah... A primavera... Das estações a mais bela! 
E a Deusa Vênus, inspirada, coloriu todo o jardim!...


Uma flor especial brotou.
Seu botão aveludado
exibia aroma, tons,
da vida tão casta e rara
que aos poucos desabrochava...

Pétalas róseas, delicadas,
que lentamente se abriam;
destacavam um centro vívido
de um carmim encantador,
pulsando... No âmago da flor.
Quanta magia e esplendor!

Por grata surpresa, a flor,
mostrou-se por mim cativa.
Sem motivos, sem pudor,
bem diante dos meus olhos,
poeticamente, desabrochou!
E eu, tão incrédulo estava,
que mantive-me inerte,
enquanto a observava...

E vieram as abelhas
em busca do seu néctar...
E vieram as borboletas,
encantar os olhos da flor.
E vieram os colibris
beijar-lhe os lábios carmim...

Ela, altiva e serena, tudo aquilo suportava...
E enfim, quando a saudade apertava,
voltava-se para mim...
Com um olhar terno, encantador,
e um colorido sorriso de flor.

Sem tocá-la, sem regá-la.
Sem protegê-la do sol,
ou retirar as lagartas
que em seu caule subiam.
Fiquei ao seu lado, pensando...
Qual seria o melhor momento
para cuidar daquela flor?

Tão bela e independente,
tão completa e desejada,
parecida não precisar
ser cuidada por ninguém.
Ela mesma se bastava...
Era uma flor sem igual!
Seria uma flor imortal?

Assim, passaram-se os meses...
A flor, ainda tão bela,
suportava o sol, a chuva,
e o assédio que atraía...
E eu, da minha janela,
às vezes lhe acenava,
às vezes lhe sorria.

Até que um dia, de repente,
não mais enxerguei a flor.
Ao adentrar no jardim,
não senti o seu aroma,
não vi o seu intenso brilho,
em tons rosa e carmim...


Quando cheguei ao canteiro,
vi a flor, ali, caída...
Murcha, pálida, desvalida,
sem suas cores vibrantes.
Era um espectro de flor,
um corpo inerte, sem vida...

Com o coração aos pedaços,
ajoelhei-me ao seu lado.
Reguei-a com minhas lágrimas
e a confortei nos meus braços...

Supliquei, em tom incontido:
“Não se vá! Diga-me o seu nome, flor...”
Abrindo os olhos opacos,
num fio de voz e em torpor,
ela respondeu, partindo...

“Eu me chamava Amor...”


(Andra Valladares)
04/10/2014

terça-feira, 30 de setembro de 2014

ACALANTO





ACALANTO


Queria niná-lo, menino,
cantando uma canção de amor,
daquelas que o embalaria
num sonho enternecedor.

E assim, quando cerrasse os olhos,
eu choraria, sem querer.
Com as mãos coladas no seu peito,
sentindo o coração bater...

No seu descanso, o meu encanto,
ao vê-lo dormir nos meus braços.
Com os meus carinhos, o seu sono
seria livre de cansaço...

Queria niná-lo, meu bem,
ser seu remanso, seu abrigo.
Tocar de leve os seus cabelos,
fazer você sonhar comigo.


(Andra Valladares)

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

AMOR MAIOR


Amor Maior

Reencontrei meu grande amor,
aquele amor tão sonhado!
Ao qual entrego, sem temor,
meu coração malogrado.

O amor que esqueci na infância,
mas que, enfim, resgatei.
E me faz domar a ânsia
que em outro amor projetei.

O amor que não me divide.
O amor que não me maltrata.
O amor que me quer ver livre...
O amor que me arrebata!

Ah... E ele já me prediz,
o que nenhum prometeu.
Que há de me fazer feliz!...
Esse grande amor, sou Eu!

(Andra Valladares) 

29/09/2014

domingo, 28 de setembro de 2014

O VIOLÃO






O VIOLÃO

Rompendo velhos padrões, o violão ganhou novos elementos, coloridas de fitas de seda foram inseridas entre as cordas vibrantes de nailon.  

O instrumento ganhou mais vida e beleza. Mesmo desentoando, ganhou mais leveza...

Agora já não soa um som tão puro, o melodioso som das cordas vibrantes. Passou a emitir também o
som inaudível das cores, mesmo quando em silêncio. O som que embala os olhos...

Sensivelmente, ressoa na alma, pela nova capacidade de reproduzir a tocante canção da liberdade, na dança das fitas coloridas voando ao vento.


(Andra Valladares)

sábado, 27 de setembro de 2014

SINAIS




SINAIS


De modo recorrente, a tua imagem,
enreda-me em plena luz do dia.
Ofusca-me a luz dessa miragem,
esqueço-me de que a hora é tardia.

Sinais que não se prendem em segredos,
são estes que insistes me mostrar.
Botando a baixo todos os meus medos,
mostrando novo rumo p'ra trilhar...

Contudo, ainda ouço, lá no fundo,
uma voz, quase inaudível, a me chamar,
dizendo: "Não te vás, este é o teu mundo,
é a este amor que deves te entregar."

Demoro-me pensando em voar.
Já de partida, resolvo voltar
à vil rotina dessa amarga vida.

Lá fora, a lua brilha, me chamando,
mas neste breu acabo me perdendo,
até que um dia possa te encontrar.


(Andra Valladares)

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

DIVAGAÇÃO SOBRE O TEMPO (prosa poética)




DIVAGAÇÃO SOBRE O TEMPO


O que é o tempo? O que de fato representa? 

Não sei o que mede ou o que vale. Não sei se nos mede ou se nos vale.

Quanto tempo ainda nos resta? Quem sabe? Um dia? Um mês? Um ano? Duas décadas? Dez minutos? Quem garante?

Num simplório filosofar, apenas sabemos que a Sra. Morte anda sempre à espreita...

Às vezes nos poupa, mas quando decide não há apelação. É como se o tempo não existisse.

O que é o tempo? Quem sabe? O que de fato representa? 

Existe mesmo ou é fraude? 


(Andra Valladares) 
17/09/2014

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

C´EST LA VIE...



C´EST LA VIE...


O tempo escoa, urgente.
Não retorna, não espera,
esvai-se assim, de repente.

O mundo gira, inclemente.
Sem resposta, sem aviso,
revolve a vida da gente.

Tempo, mundo, vida, tudo...
Num círculo que se fecha,

seguem a mesma trajetória
com a rapidez de uma flecha. 

(Andra Valladares)
15/09/2014


Quando era adolescente, ouvi muito a música que segue no link acima. Sempre a achei linda, o solo de acordeon é sublime.