segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Abraço (poema minimalista)




Essa foi uma das publicações da página Sê Minima deste ano. Trata-se de uma página de minicontos e poemas minimalistas que criei no facebook.

Gostou?  Acesse pelo link:  https://www.facebook.com/seminima1/

domingo, 28 de fevereiro de 2016

O PRÓXIMO E O DISTANTE



O PRÓXIMO E O DISTANTE

O sol é calor, é dia! 
Estrelas? São astros brilhantes.
O sol é único, é vida!
Estrelas? Infindos enfeites.

Nenhuma verdade é exata,
distrai-nos a ilusão.
Para cada ponto de vista,
há outros tantos em questão...

Apesar de estarmos tão perto,
a ponto de não percebê-la.
Para olhos de outros mundos,
o sol é uma mínima estrela.

Andra Valladares




quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Os Quatro Elementos




Se queres ar,
solto mil risos
pra enlevar.

Se queres terra,
te oferto o peito
pra cultivar.

Se queres água,
entreabro os lábios
pra navegar.

Se queres fogo,
meu corpo inteiro

pra incendiar.


Andra Valladares
** todos os direitos reservados**

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

A MORTE



Ele costumava ter sonhos premonitórios. Naquela noite, sonhou que estava olhando a face da morte. Acordou assustado e a ideia não lhe saiu da cabeça. Resolveu mudar seu itinerário para o trabalho. Pegou outro ônibus. Passou por um beco. Então, deu de cara com "ela" - a Ceifadora -  pintada no muro. "Ainda bem que te encontrei aqui", suspirou aliviado. Ajoelhou-se e agradeceu ao Criador por mais um dia.


Andra Valladares
13/04/2015




(PROJETO DE EXPRESSÃO VISUAL E TEXTUAL -  VOZES URBANAS. TRÊS OLHARES E UM FOCO: O CENTRO DE VITÓRIA.)

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

A morte do Rio Doce


(foto: Marcello Lourenço)




Se o olhar é o espelho da alma
e nele pode-se enxergar a dor,
a tristeza, o desespero.
Mirem bem no nosso olhar...
Nosso puro olhar de seres aquáticos,
criados pelo mesmo Deus que fez vocês.
Quão mal a ambição dos homens nos fez.



Andra Valladares




terça-feira, 24 de novembro de 2015

Quanto VALE?



Foz do Rio Doce em Regência, Linhares/ES. A imagem superior mostra o estado anterior ao rompimento da barragem da Samarco e a inferior a calamidade atual.

Texto: Andra Valladares
Imagem disponibilizada no Facebook por Capixaba da Gema.

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

VAGAMENTE...




VAGAMENTE...




Poema é forma, instrumento.
Poesia é essência, movimento.
Poema é a escrita, poesia é inspiração.
Poema é partitura, poesia é canção.

Poema é corpo, poesia é alma.
Poema é frenesi, poesia é calma.
Poema é divã, poesia é lamento.
Poema é a areia, poesia é o vento.

Poema é palavra, ação.
Poesia é silêncio, meditação.
Poema são as ondas, poesia é a maré.
Poema são as crenças, poesia é a fé.

Poema é a presença, poesia é conexão.
Poema é parceria, poesia é união.
Poema é o trabalho, poesia é o sonho.
Poema são as asas, poesia é o voo.

Poema é a tela, poesia é a cor.
Poema é o sexo, poesia é o amor.



domingo, 12 de julho de 2015

Poeminha de domingo


POEMINHA DE DOMINGO

É domingo, o dia está lindo!
Céu azul, brisa soprando.
Cheiro de café invadindo...
O sino da igreja tocando
e um coral de passarinhos.

Do outro lado da cortina,
já despertou a poesia...
Xô preguiça!
A manhã não espera.
Vai seguindo... vai seguindo...

(Andra Valladares)
12/07/2015



sábado, 6 de junho de 2015

MENSAGEM NA AREIA



MENSAGEM NA AREIA


Ontem caminhei pela praia, debaixo de uma chuva fina. A cada passo que dava, meus pés afundavam na areia. E a parte que havia sido molhada pela chuva dava lugar à areia seca que havia embaixo. A cada novo passo apareciam pegadas de areia seca, apesar de todo entorno formar uma vastidão de areia molhada.  

Após um tempo caminhando, sentei-me. A areia continuou atraindo minha atenção. Então, segurei um punhado de areia úmida na mão esquerda e outro punhado de areia seca na direita. Estiquei os braços, direcionando as mãos à minha frente. Observei-as atentamente por alguns segundos e as inclinei, no mesmo ângulo.

A areia seca começou a se dispersar, enquanto a úmida mantinha-se firme. Inclinei um pouco mais as mãos, e o restante de areia seca rapidamente foi-se; enquanto o punhado que havia na outra mão continuava inerte. Aumentei a inclinação um pouco mais e a areia úmida desprendeu-se minimamente, permanecendo a maior parte. Somente quando virei a mão, num ângulo próximo de 90 graus em relação ao chão, ela esvaziou-se pela força da gravidade.

A areia estava úmida, não encharcada e compacta. Era apenas uma fina camada sobre a areia seca. Ainda assim, tinha uma resistência incrível de não desfazer-se.

Daí, tive esse insight, da “mensagem na areia”, nessa ilustração natural sobre as relações humanas. Da mesma forma como a areia, as relações perduram quando encharcadas de Amor. Elas não se dispersam com facilidade nesse estado. O amor dá “liga”, traz união, cria vínculos, opera milagres...

Enquanto que, sem amor, as relações tornam-se secas, dispersas, impessoais, soltas... Qualquer mínimo acontecimento ou afastamento é suficiente para que se desfaçam para sempre, sem nenhuma recordação marcante.

E o mais belo de tudo isso é que - com apenas um momento de amor incondicional, um ato de puro afeto - podemos ficar guardados, para sempre, na memória de alguém. O amor é imortal!

“Um ato de puro afeto, é verso
que reverbera poesia
no universo."


Andra Valladares


06/06/2015