C Y B E R M U N D O
Num mundo estranho, as pessoas praticamente não se falavam mais. Ouvir o som da voz de
alguém era algo raro, apenas para quem fosse muito íntimo.
Não fazia mais diferença ouvir ou falar, já que a comunicação geralmente ocorria por conhecidos códigos emitidos por avançados e curiosos aparelhos. Tais apetrechos, portáteis ou não, eram quase uma parte do corpo desses seres estranhos. Alguns sequer conseguiam fazer suas necessidades fisiológicas sem utilizá-los de alguma forma.
Não fazia mais diferença ouvir ou falar, já que a comunicação geralmente ocorria por conhecidos códigos emitidos por avançados e curiosos aparelhos. Tais apetrechos, portáteis ou não, eram quase uma parte do corpo desses seres estranhos. Alguns sequer conseguiam fazer suas necessidades fisiológicas sem utilizá-los de alguma forma.
Como era um facilitador de conquistas amorosas, os aparelhos
faziam um enorme sucesso! Através
de alguns grupos formados para otimizar a utilização dos mesmos, era possível o acesso
a uma infinidade de outros seres da mesma espécie, para amizade ou "algo mais". Pois, até contato sexual era possível fazer com tais aparelhos.
Por conta disso, tais seres, que antes possuíam uma existência real, tornaram-se “cyberseres”... Plugados,
conectados, descorados, descompensados, despersonalizados, automatizados e
altamente desumanizados.
“- Alô! Quem fala?
- Sou eu, querida. Como
está você? Tudo bem?”
(Esse som ficou vagando no espaço através de ondas sonoras
que já não eram mais usadas pelos seres do Cybermundo, mesmo sendo possível fazê-lo, também, através
dos aparelhos individuais de emissão e captação de som a curta, média ou longa distância).
Andra Valladares
Nenhum comentário:
Postar um comentário