terça-feira, 26 de abril de 2016

Incompatibilidade de Gêneros



INCOMPATIBILIDADE DE GÊNEROS

Nos obscuros recônditos do ego,
apenas uma sombra sob os pés, ele almejava.
Para seguir em par e paz, na sua estrada.
E ela fazia o que sabia. Então, brilhava...
Não era sombra, nem escuridão,
mas fragmento de constelação.
Naturalmente reluzia... Era amor, calor, poesia!
Assim, nos desencontros, se afastaram.
Cada qual no seu caminho, prosseguiu.
Na luz que ela emanava, sua sombra ele viu.
Ela avançou na escuridão, luzindo sempre.
E sorriu ao perceber que, logo em frente,
outra luz a aguardava, mansamente...


Texto: Andra Valladares
** todos os direitos reservados **

Imagem obtida na internet, autor desconhecido

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segunda-feira, 4 de abril de 2016

SIGNOS

SIGNOS


Você me disse que era fogo
e que em ti, tudo ardia...
Suas chamas aumentavam
no embalo da noite fria.

Mas querido, eu sou do ar...
Ora corro em demasia,
ora sou brisa, poesia,
ou posso tudo arrasar...

Ah... O ar é imune à chama.
Mas o contrário, meu bem,
é onde tudo funciona.
Pois o ar, o fogo inflama...

Com um bom sopro, ele atiça.
Se for bastante, incendeia.
Se o ar acaba, do fogo,
não resta sequer a brasa!

Traz seu fogo! Que lhe dou o ar!
Na medida exata, para que arda e sinta...
Meus beijos de brisa, acendendo a chama.
Minhas mãos de vento, atiçando o fogo.

E o meu furacão, em mil fagulhas,
Desfazendo-te... Arrancando-te do chão.
E te arrastando ao Paraíso
sublime e ardente da paixão.



Andra Valladares