sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

O PRIMEIRO E O ÚLTIMO NATAL




O PRIMEIRO E O ÚLTIMO NATAL


Como preconiza o dito popular, “a vida é uma caixinha de surpresas”; às vezes somos agraciados com acontecimentos que nos fazem imensamente felizes e noutras oportunidades o mundo simplesmente parece estar desabando sobre nossas cabeças. Esse é o tema da minha mensagem de natal: “APROVEITE O DIA DE HOJE!”

O Natal de 2006 foi muito especial para mim, a família estava reunida na casa dos meus pais, depois de um ano bom para todos. Eu, grávida, “desfilava” com meu barrigão de sete meses, já sonhando com o natal de 2007, quando, então, meu filho já seria um bebê com nove meses de idade e estaria sorrindo, brincando e comemorando seu primeiro natal para completa felicidade de todos nós...

Por ironia do destino, pensava no meu filho, mas não prestei muita atenção no meu pai, que era avesso a aparecer nas fotografias e que apenas se encarregava de tirá-las, documentando para a posteridade os momentos especiais... E ele acabou não saindo em nenhuma foto.

Meu pai era uma pessoa muito ativa, tinha 59 anos de idade, havia aposentado há três anos. Era um pai extremamente prestativo e cuidadoso. Sempre demonstrava preocupação quando qualquer pessoa da família estava com algum problema de saúde, ocasião em que nos inquiria se havíamos consultado algum médico e se estávamos tomando os remédios prescritos. Para qualquer problema de saúde ele sempre tinha uma receita caseira, um remédio natural, que nos oferecia para ajudar a "curar mais rápido" a doença ou o mal estar.

Contudo, apesar de sua preocupação conosco, meu pai foi negligente com a própria saúde. No dia 19 de julho ele acordou bem, passou a manhã normalmente, almoçou, e depois, sentiu-se mal. Incrivelmente, não chamou ninguém para ajudá-lo e foi dirigindo, sozinho, para o hospital mais próximo, que ficava a cinco minutos de sua casa. Chegando lá, os médicos constataram que ele havia sofrido um infarto. Ele foi medicado e a enfermeira ligou para meu irmão, que foi rapidamente para o hospital e deu a notícia para o restante da família. O quadro clínico parecia estável, ele estava consciente e conversou com meu irmão, meu outro irmão também chegou e conversou com ele. Contudo, quando eu e minha mãe chegamos ao hospital ele havia acabado de sofrer outro infarto com parada cardíaca.

Por mais de duas horas presenciamos o corre-corre dos médicos e enfermeiros, escutamos o ranger da maca enquanto faziam as massagens cardíacas e o som angustiante do desfibrilador sendo aplicado inúmeras vezes... E depois daqueles intermináveis momentos de angústia e sofrimento, nossas esperanças foram estraçalhadas ao recebermos a notícia de que meu pai falecera, inesperadamente, naquele dia 19 de julho de 2007, um dia completamente normal, que parecia ter começado como outro qualquer... 

O Natal de 2006 foi o último que meu pai passou conosco. Obviamente, nem ele e nem ninguém da família supunha que essa tragédia iria acontecer. Seu falecimento ocorreu  em uma quinta-feira e descobrimos que havia marcado exames cardiológicos para a segunda-feira seguinte. Certamente ele já devia estar sentindo algum mal estar, mas não contou isso para ninguém e o destino não lhe concedeu mais alguns dias para descobrir que estava com um grave problema cardíaco.

O natal de 2007 foi o primeiro natal do meu filho, que perdeu seu avô quando tinha apenas cinco meses. Não foi o natal tão feliz com qual eu sonhara, pois também foi o primeiro natal que passei sem meu pai. Portanto, mesmo com toda a doçura que a presença do meu filho me proporcionou, também senti grande amargura pela falta do meu pai.

Felizmente, eu não tinha nenhum problema de relacionamento com meu pai, portanto, apesar da imensa dor da perda, não carrego comigo nenhum remorso. Contudo, muitas pessoas têm problemas de relacionamento com os pais ou com filhos ou outras pessoas da família e muitas das vezes esses problemas nem são tão graves assim.

Às vezes por pequenas diferenças de personalidade ou falta de um pouco de tolerância, tais problemas acabam estragando um relacionamento que poderia ser sadio e trazer felicidade para todos. 

Meu conselho para quem estiver lendo esse texto é que deixe de lado todas as bobagens e rusgas inúteis, pense sempre em APROVEITAR O DIA DE HOJE - o presente.

Portanto PRESTE ATENÇÃO tanto nas pessoas ao seu redor, quanto em si próprio(a). CUIDE da sua saúde, pois se você morrer, certamente causará muito sofrimento às pessoas lhe amam.

Ninguém sabe onde, como e quando seus dias irão acabar, ou quando alguém de sua família partirá. Portanto, aproveite o espírito natalino para varrer de vez com as briguinhas fúteis e também apaziguar os ânimos nos desentendimentos mais sérios. 

A VIDA é um PRESENTE maravilhoso e único. Portanto, tenha mais tolerância, abra seu coração para o amor, estenda a mão e certamente a pessoa mais feliz será você!


Boas Festas!


Um comentário:

  1. http://donoleari.com/blog/2012/12/21/andra-valladares-primeiro-ultimo-natal/

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