O RESTAURANTE DO SACI
(Gabriel Sarmento e Andra Valladares)
Diz
a lenda que certa vez o Saci abriu um restaurante especial para seus amigos da
floresta.
O
Curupira estava fazendo aniversário e foi ao restaurante do Saci para
comemorar. O Saci serviu para ele uma bela salada de frutas com maçã, banana,
kiwi, uva e mel. Quando o Curupira sentou-se à mesa para comer, outros amigos
que estavam escondidos apareceram e gritaram:
-
Surpresa!
Os
amigos, Caipora, Boitatá, Lobisomem, Mula-sem-cabeça e Iara chegaram cantando, um
“parabéns pra você” diferente do que se canta na cidade. A música de
aniversário deles era assim: “Parabéns pro Curupira, ele cuida da
mata e é da nossa família das lendas brasileiras.”
Depois
de cantar e cumprimentar o Curupira pelo aniversário, todos quiseram comer pois estavam com muita fome.
O Lobisomem
pediu: - Quero um pedaço de carne “beeemmm
grandeeee... Auuuuuuu!"
O
Caipora falou: - Quero banana amassada
com mel.
O
Boitatá pediu: - Um peixe, pode
deixar que eu mesmo o assarei no meu
fogo.
A
Iara falou para o Saci:
- Você vai ter que adivinhar o que eu quero.
Vou dar uma pista... é uma fruta que tem a cor roxa.
O
Saci afirmou: - Já sei... Jabuticaba!
A
Iara disse: - Errou!
Ele falou:
- Beterraba!
Dando uma risada, a Iara disse: - Desde quando beterraba é fruta, Saci?
- Então, só pode ser uva... – falou o Saci.
- Sim, traga para mim! – exclamou a Iara.
A
Mula-sem-cabeça, com sua voz cavernosa, pediu: - Quero unhas e dentes!
O
Saci pensou: “- E agora?”
Então
ele serviu os outros amigos que fizeram pedidos mais fáceis e falou para a Mula-sem-cabeça
que iria providenciar o que ela havia pedido. Feito isso, pegou uma tesoura,
entrou em seu redemoinho e foi direto para o Sítio do Pica-Pau Amarelo.
Chegando
ao Sítio, contou a todos que precisava atender ao pedido da Mula-sem-cabeça e
pediu para cortarem as unhas para levar para ela.
O Pedrinho perguntou: - Mas a Mula-sem-cabeça quer só quer unhas?
O Pedrinho perguntou: - Mas a Mula-sem-cabeça quer só quer unhas?
O Saci disse: - Pior é que não... Ela também
quer dentes! E se ficar com muita fome pode até atacar alguém...
Narizinho, com a cara assustada, falou: - As unhas eu corto mas meus dentes eu não dou não!
Todos ficaram espantados e o Visconde falou: - E agora, o que podemos inventar para acabar com a fome da Mula-sem-cabeça?
A Emília deu um sorriso matreiro e falou: - Tive uma ideia bonecal! Tenho a solução para esse problema e ela está lá na minha canastrinha...
A Emília deu um sorriso matreiro e falou: - Tive uma ideia bonecal! Tenho a solução para esse problema e ela está lá na minha canastrinha...
Falando
isso, partiu correndo para o quarto da Narizinho, pegou sua canastrinha e
voltou às gargalhadas para a sala.
- Aqui estão seus dentes, Saci! – falou a Emília,
retirando de dentro da canastra uma dentadura velha de Dona Benta.
Dona
Benta, meio sem graça, falou : - Mas que boneca
atrevida!... Onde você achou isso, Emília?
- Ah...
Encontrei, por aí... A senhora não ia
querer mesmo essa dentadura velha faltando um dente da frente, né? Diz que não,
por favor... – respondeu a boneca com a cara mais sapeca do mundo.
Dona
Benta, segurando o riso e sabendo da gravidade da situação, rendeu-se ao pedido da Emília, dizendo: - Não Emília... Essa boneca não tem jeito mesmo...
Então
a boneca disse: - Pronto Saci, seu
problema está resolvidíssimo, agora é só arrancar os dentes da dentadura e dar
para a Mula-sem-cabeça, ela nem vai perceber a diferença.
A
Tia Nastácia, fazendo do sinal da cruz, falou baixinho para Dona Benta: - E esse “Coisa Ruim”? O que
será que vai querer comer? Tomara que não passe pela minha cozinha e bagunce tudo...
O
Saci agradeceu a todos, pegou as unhas cortadas, a dentadura, fez uma cara peralta e deu uma risada: - Eheheheh... – sumindo no mesmo instante em
direção à cozinha.
Na
cozinha ele encontrou um bolo de milho apetitoso que a Tia Nastácia havia
acabado de preparar para o café da manhã
do dia seguinte e ainda estava quentinho...
Então, de lá mesmo, o Saci gritou: - Sinhá Nastácia! A cozinha não vou bagunçar mas esse bolo de milho eu
vou levar!... Ehehehe...
Tia
Nastácia foi correndo para a cozinha mas apenas sentiu o ventinho do redemoinho
do saci, ele já havia sumido...
Fazendo
o sinal da cruz, ela disse: – Ah, seu pestinha! Ainda pego sua carapuça
e te coloco na linha...
Então
o Saci voltou para seu restaurante e entregou para a Mula-sem-cabeça as unhas e
os dentes da dentadura. Ela comeu e perguntou: - Onde você conseguiu esses dentes, Saci?
Ele
disse que era segredo e não podia contar. E perguntou: - Por que você não gostou?
Ela
disse: - Se gostei? Eu adorei e virei
sempre ao seu restaurante para comer mais...
O
Saci deu um sorriso amarelo e falou: -
Que bom! Eheheh...
Depois
disso, perguntou aos outros amigos se haviam gostado de seus pratos e todos
elogiaram a comida.
Então
disse o Saci: - Agora que estão todos
satisfeitos, quem vai comer sou eu... E vai ser esse espetacular bolo de milho
feito pela maior quituteira de todas as histórias... hum!...
Os
amigos falaram em coro: - Sobremesa?
Também queroooo!
O
Saci segurou o bolo de milho, arregalou os olhos e rapidamente finalizou o
assunto: - Epa! Está na hora de vazar...
Restaurante fechado, não vai mais funcionar !!!... Eheheh...
E desapareceu
no vento...
FIM
** TODOS OS DIREITOS RESERVADOS **
- Estou muito feliz com esse novo parceiro que consegui para me ajudar na criação de histórias. Esse importante parceiro é ninguém menos que meu filho Gabriel com toda a sabedoria, inventividade e ingenuidade de seus cinco anos de idade. Ele adora os mitos e lendas do Brasil, já li vários livros para ele sobre o assunto. Ele começou a criar essa história e eu fui escrevendo, quando se cansou comecei a inventar e ele também me ajudou dando seus pitacos.
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